Macán: o vinho que une Vega Sicilia e Rothschild em um projeto de prestígio na Rioja

Na região espanhola de Rioja, um dos projetos mais ambiciosos da enologia contemporânea reúne duas das maiores referências do vinho mundial: a Vega Sicilia, da Espanha, e a família Rothschild, de Bordeaux. O resultado dessa parceria é o Macán, um vinho que combina tradição, precisão técnica e um olhar moderno sobre a uva Tempranillo.

Idealizado em 2004, o projeto começou com a aquisição de vinhedos antigos, plantados antes de 1986, ano em que o Conselho Regulador de Rioja permitiu a substituição de clones tradicionais por variedades mais produtivas. A decisão de preservar os vinhedos originais, segundo o diretor-geral da Macán, Ignacio Calvo de Mora, foi essencial para manter o caráter autêntico das uvas. Atualmente, a propriedade conta com cerca de 100 hectares distribuídos por diferentes vilas, com destaque para San Vicente de la Sonsierra, reconhecida pela qualidade excepcional de seu terroir e origem do nome “Macán”, como são chamados os moradores da vila.

A adega, inaugurada em 2016, é totalmente estruturada para vinificações por parcela. São 45 depósitos, entre aço inoxidável e madeira, que permitem o acompanhamento individual de cada uma das 176 parcelas mapeadas na Rioja. Ignacio Mora explica que esse método garante precisão na seleção e na identidade de cada vinho produzido.

A linha Macán é composta por dois rótulos: o Macán Clásico e o Macán. Embora compartilhem a mesma base varietal, representam estilos distintos. O Clásico tem um perfil mais jovial e vibrante, marcado por notas de fruta fresca e floralidade. Na safra 2020, recebeu uma pequena parcela de Garnacha, conferindo leveza e frescor ao conjunto. O vinho é fermentado em tanques de aço inox e amadurece de 12 a 14 meses em barricas de carvalho francês e americano, novas e de segundo uso, permanecendo depois por mais de 18 meses em garrafa antes de ser lançado. Seu potencial de guarda é estimado entre 10 e 15 anos.

Já o Macán é o vinho principal da vinícola. Elaborado apenas com Tempranillo, representa o estilo mais refinado e estrutural da casa. Ignacio descreve o rótulo como um vinho de elegância e longevidade notáveis, nascido das uvas mais antigas, colhidas em vinhedos de altitude e solos mais pobres. A fermentação é feita em recipientes de madeira, e o envelhecimento se estende por 15 meses em carvalho francês de grão fino, sendo a maioria barricas novas. Após esse período, o vinho permanece 28 meses em garrafa antes de chegar ao mercado, atingindo maturidade e complexidade típicas do DNA da Vega Sicilia.

O projeto Macán reflete uma busca pela harmonia entre tradição e inovação. Ignacio ressalta que, mais do que um empreendimento conjunto, trata-se de um trabalho de longa duração, dedicado a expressar a autenticidade da Rioja por meio da uva Tempranillo.

No Brasil, os vinhos chegam pela importadora Mistral. O Macán Clásico 2020 é vendido por 1.003,03 reais, enquanto o Macán 2018, rótulo premium da casa, custa 1.567,59 reais.

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