Produtores de Chianti miram América do Sul e Ásia

Os produtores do tradicional vinho Chianti, um dos mais renomados da Itália, anunciaram uma nova estratégia de exportação apoiada pela União Europeia para reduzir a dependência do mercado norte-americano.

Atualmente, a Itália é o maior exportador de vinhos para os Estados Unidos, e o mercado norte-americano representa cerca de um quarto de suas vendas globais. Em 2024, o país exportou para os EUA aproximadamente 2 bilhões de euros (US$ 2,3 bilhões ou R$ 11,7 bilhões), incluindo vinhos, bebidas alcoólicas e vinagres, segundo dados da federação do setor Federvini. Com a possibilidade de novas tarifas, os produtores buscam diversificação em regiões emergentes como América do Sul, Ásia e África, vistas como alternativas estratégicas para reduzir riscos comerciais.

Giovanni Busi, presidente do Consorzio Vino Chianti, associação que reúne os produtores da Toscana, afirmou que a situação deve ser encarada como oportunidade para acelerar o reposicionamento do vinho italiano em mercados mais estáveis. Ele destacou países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai como potenciais polos de crescimento na América do Sul, além do aumento do consumo em nações asiáticas como China, Japão, Vietnã e Taiwan. Para Busi, o investimento em promoção e canais de distribuição será essencial para conquistar espaço nesses mercados.

A visão é compartilhada por Matteo Lunelli, presidente-executivo do Gruppo Lunelli, produtor de vinhos espumantes. Segundo ele, o foco deve incluir também Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Tailândia e Oriente Médio, além de explorar o mercado canadense, que apresenta crescimento constante no consumo de vinhos italianos.

Os produtores de Prosecco, outro símbolo da viticultura italiana, também demonstraram preocupação com as possíveis tarifas. Atualmente, cerca de 130 milhões de garrafas do espumante são exportadas anualmente para os Estados Unidos — o equivalente a 30% de suas vendas internacionais —, movimentando aproximadamente 500 milhões de euros (R$ 3,26 bilhões).

Giancarlo Guidolin, presidente do Consorzio Prosecco, alertou que a incerteza prolongada está afetando as decisões estratégicas das empresas. Em comunicado, ele pediu uma solução razoável para evitar danos à competitividade do setor.

A nova postura reforça um movimento de diversificação que vem ganhando força na indústria do vinho europeu. Com o consumo em transformação e tensões comerciais crescentes, produtores buscam mercados em expansão para manter margens de lucro e reduzir a exposição a riscos tarifários e cambiais, garantindo o posicionamento de rótulos consagrados como Chianti e Prosecco em um cenário global cada vez mais competitivo.

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