A nova edição do Guia Descorchados 2025 chegou ao mercado reafirmando seu papel como uma das principais referências do universo do vinho na América do Sul. Em sua versão 2025, o guia avaliou mais de 4 mil rótulos de seis países produtores — Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Peru e Bolívia — e destacou não apenas os grandes nomes tradicionais, mas também surpresas que merecem atenção.
O destaque brasileiro ficou por conta do espumante Maria Valduga, da vinícola Casa Valduga, que alcançou 95 pontos, a maior nota entre os espumantes nacionais. Elaborado pelo método tradicional, com segunda fermentação em garrafa e um longo período de 60 meses de contato com as borras, o rótulo é composto por 80% de Chardonnay — sendo 10% fermentado e maturado em barricas — e 20% de Pinot Noir. O resultado é um espumante de estrutura, elegância e complexidade, que confirma o amadurecimento da produção nacional.
Além disso, dois vinhos conquistaram a nota máxima do guia: o Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2022, da argentina Catena Zapata, e o Altazor 2021 Cabernet Sauvignon, da chilena Undurraga. Segundo o jornalista especializado e idealizador do guia, Patricio Tapia, a nota 100 só é atribuída a vinhos que conseguem expressar com profundidade a identidade da uva e o terroir de origem. “Sempre me perguntam o que precisa ter um vinho para receber 100 pontos. O rótulo precisa expressar a variedade da uva e o lugar de onde vem”, afirma Tapia.
O argentino Mundus Bacillus Terrae foi vinificado exclusivamente em recipientes de concreto — sem passagem por madeira — para realçar as características minerais e florais do solo calcário de Gualtallary, em Mendoza. Plantado a 1.400 metros de altitude, em um pequeno vinhedo de apenas 1,4 hectare, o vinho é uma interpretação precisa do terroir andino: apresenta notas florais e herbáceas, frutas vermelhas ácidas, taninos elegantes e acidez vibrante. Importado pela Mistral, o rótulo deve desembarcar em breve no Brasil.
Já o chileno Altazor 2021 nasceu de vinhedos situados a 700 metros de altitude, em Pirque, no Vale do Maipo. Com uma composição dominada pelo Cabernet Sauvignon (92%), complementada por Carménère (6%) e Carignan (2%), o vinho impressiona pela fineza de texturas e equilíbrio entre frescor, aromas mentolados, toques terrosos e acidez firme. É uma abordagem clássica e elegante da casta, que reafirma a maturidade da Undurraga. No Brasil, o Altazor é importado pelo grupo Wine.
Dividido em três volumes — um para a Argentina, outro para o Chile, e o terceiro com Brasil, Uruguai, Bolívia e Peru — o guia Descorchados 2025 já está à venda no site www.adegaonline.com.br, por R$ 295.