14 misturas de vinho mais importantes que você precisa conhecer

misturas de vinho mais importantes

No universo dos vinhos, cada garrafa carrega uma identidade que começa na escolha das uvas. E, nesse ponto, há dois estilos predominantes: os vinhos varietais, produzidos a partir de uma única variedade de uva, e os blends, que combinam duas ou mais castas para compor o perfil final. Ambos os estilos têm seus destaques — e, ao contrário do que muitos pensam, um não é superior ao outro. Tudo depende da proposta do produtor e da experiência que se quer proporcionar ao paladar.

Regiões como a Borgonha, na França, são referência mundial em varietais, com rótulos emblemáticos de Pinot Noir e Chardonnay. O mesmo vale para o Barolo, na Itália, sinônimo da uva Nebbiolo, e para o Brunello di Montalcino, feito exclusivamente com Sangiovese. Já quando falamos em blends, nomes como Bordeaux, Champagne e Côtes du Rhône surgem como símbolos da maestria em misturar uvas para alcançar equilíbrio, complexidade e personalidade.

Na prática, elaborar um blend é como cozinhar com vários temperos: cada variedade traz um elemento à composição — acidez, corpo, taninos, aromas — e cabe ao enólogo decidir as proporções ideais. Confira abaixo alguns dos blends mais reconhecidos do mundo:

Bordeaux (Tinto e Branco)

A região de Bordeaux, na França, é o berço dos blends mais clássicos. Nos tintos, predomina a combinação entre Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. Os vinhos da margem esquerda do rio Gironde tendem a ser dominados por Cabernet Sauvignon, enquanto os da margem direita geralmente têm o Merlot como base.

Nos brancos, o famoso Bordeaux Blanc é composto principalmente por Sémillon e Sauvignon Blanc, com eventuais toques de Muscadelle e outras uvas locais.

Champanhe

Embora existam versões varietais em Champagne, como os Blanc de Blancs (100% Chardonnay), as misturas não safradas geralmente combinam Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. Cada produtor define sua receita para alcançar consistência e elegância.

Chianti

Apesar de a uva Sangiovese ser a estrela em Chianti e Chianti Classico, até 30% do blend pode incluir outras castas como Canaiolo Nero, Colorino, Merlot, Syrah e Cabernet Sauvignon, enriquecendo o perfil aromático e gustativo dos vinhos.

Côtes du Rhône

Localizada no sul da França, Côtes du Rhône é conhecida por seus tintos acessíveis e vibrantes, baseados na tríade Grenache, Syrah e Mourvèdre (a famosa sigla GSM), com eventuais adições de Cinsault, Carignan e outras variedades.

Nos brancos, o blend deve conter pelo menos 80% de uvas como Grenache Blanc, Marsanne, Roussanne, Clairette, Bourboulenc e Viognier, criando vinhos elegantes e aromáticos.

Etna (Sicília)

Na emergente região vulcânica do Etna, na Sicília, os tintos Etna Rosso são feitos com no mínimo 80% de Nerello Mascalese e até 20% de Nerello Cappuccio. Já os brancos Etna Bianco levam entre 60% e 100% de Carricante, podendo incluir também Catarratto, Trebbiano e Minella Bianca.

GSM (Grenache, Syrah, Mourvèdre)

Esse trio, típico do sul da França, conquistou o mundo. Austrália, Espanha, Estados Unidos e África do Sul também produzem blends GSM com destaque, adaptando as uvas às suas características regionais.

Meritage

Criado nos EUA, o termo Meritage designa blends no estilo de Bordeaux. Para receber o nome, o vinho precisa conter pelo menos duas uvas nobres de Bordeaux, sem que nenhuma ultrapasse 90% da composição. Entre as uvas permitidas estão Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec, entre outras.

Porto e Douro

No Vale do Douro, em Portugal, a tradição do blend é centenária. Os vinhos do Porto, fortificados e ricos, são elaborados com uma combinação de mais de 80 uvas autorizadas, como Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Cão. Os vinhos tintos secos da região seguem a mesma lógica de mistura, gerando rótulos intensos e complexos.

Rioja

Na Rioja, na Espanha, os tintos são geralmente baseados em Tempranillo, com participações de Garnacha, Mazuelo (ou Cariñena), Graciano e Maturana Tinta. Já os brancos contam com até nove variedades permitidas, com destaque para Viura (ou Macabeo) e Malvasia.

Soave

Do nordeste italiano, o Soave é um branco delicado e refrescante feito com pelo menos 70% de Garganega. Os 30% restantes podem incluir Trebbiano di Soave, Chardonnay, e pequenas quantidades de outras castas como Pinot Grigio, Riesling e Friulano.

Super Toscano

Os famosos Super Toscanos surgiram como uma reação criativa às regras rígidas das denominações italianas. Esses vinhos mesclam uvas tradicionais, como Sangiovese, com variedades internacionais, especialmente Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Cabernet Franc, resultando em rótulos ousados, estruturados e premiados.

Valpolicella e Amarone

Ambos produzidos na região de Veneto, esses vinhos utilizam uma base de Corvina, com adições de Rondinella e Molinara. O Valpolicella é mais leve e frutado, enquanto o Amarone passa por um processo de secagem das uvas (appassimento), conferindo maior concentração e potencial de guarda.

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